Baseado na premiada peça de mesmo nome, A Voz Suprema do Blues vai contar sobre um dia de gravação da cantora Ma Rainey em Chicago no ano de 1927. Além de toda a dificuldade para a gravação, o filme ainda passa alguns conflitos entre os integrantes da banda, muitas conversas abaladoras e, claro, um protagonismo para o trompetista Levee. Na minha opinião, os diálogos e o roteiro em si são muito bons, mas eu não gostei muito da ambientação ser em, basicamente, em dois cenários apenas (normalmente filmes adaptados de peças tem esse padrão).
Brilhantemente interpretada por Viola Davis, Ma Rainey, conhecida como a mãe do blues, foi uma das primeiras cantoras afro-americanas a gravar um disco do gênero. Além de uma cantora genial, ela era feminista, bissexual assumida e usou sua voz para expressar toda a opressão que sofria por ser negra.
Além da história que quiseram contar, o principal destaque do filme, na minha opinião, vai para as interpretações de Viola e do Chadwick Boseman, que interpreta Levee. Quando se assiste fica mais do que claro o porque dessa atuação de Chadwick ter sido tão aclamada e estar ser tão imensamente premiada.
Devo confessar que, dos 5 filmes indicados ao Oscar de melhor figurino, esse é o que eu acho que tem menos chance de ganhar. Por ter quase que só dois cenários, não há uma grande quantidade de figurinos, pois todos usam as mesmas peças quase que o filme todo.
O grande destaque de figurino vai para a personagem de Ma Rainey. Como dito anteriormente, o filme se passa na década de 1920 e as roupas que a personagem utiliza carregam bem as características da época: muito brilho que aparecem nos tecidos e bordados, comprimento midi, cintura baixa na altura dos quadris marcada por uma espécie de cinto e decote em v. Além disso, há o cabelo com corte curto que era febre na época.
Quanto aos homens, todos usavam o mesmo tipo de terno riscado/quadriculado com calça Oxford, chapéu e suspensório. Vale ressaltar o sapato Oxford decorado amarelo/caramelo de Levee que é quase um outro personagem na história.
A responsável pelo figurino é a Ann Roth, ela é bastante conhecida tanto no cinema como no teatro e já ganhou prêmios e indicações em ambos. O trabalho dela, junto a Viola Davis, foi criar uma Ma Rainey que fosse sensual, expressiva através de suas roupas, que mostrasse que ela era uma mulher que viajava muito e que, diferente de outras representações dela, jamais fosse alguém que se desculpasse por sem quem ela era.