The Danish Girl

A lista do Oscar saiu \o/ e como eu havia prometido, a muito, muuuuito tempo atrás, vou fazer uma pequena e bem simples análise dos indicados a Melhor Figurino (Carol, Cinderella, The Danish Girl, Mad Max: Fury Road e The Revenant). Cada um vai sair em um post, provavelmente toda quinta-feira e, para começar, escolhi o que assisti mais recentemente...




 The Danish Girl.


O filme se passa em 1926 (começa nessa data, mas fica meio confusa a passagem do tempo nele, então, pelo menos eu, não consegui identificar a data em que os acontecimentos ocorreram) e conta a história da primeira pessoa, Lili Elbe que nasceu Einar Mogens Wegener (Eddie Redmayne), que se submeteu a uma cirurgia de troca de sexo.


Eu gostei bastante do filme, apesar de alguns erros, mas na minha humilde opinião achei a personagem da Gerda (Alicia Vikander) muito mais marcante que a Lili/Einar, para mim o filme passou a impressão de que ela abdicou grande parte da vida pela Lili, foi forte pelos dois, ficou ao lado dela/dele o tempo todo e mostrou um amor incondicional pelo marido, amor esse que pareceu reciproco e foi uma das coisas que mais me emocionaram no filme. Porém, deixo essa parte de lado e agora vou falar do que, a este blog (e a esta blogueira) realmente interessa: o figurino.


A moda dos anos 1920 é, com certeza, a minha época favorita e confesso que fiquei um pouco decepcionada a principio com o figurino, mas depois me surpreendi com o que o figurinista Paco Delgado fez e apoio a indicação dele ao Oscar.


O figurino do filme é cheio de adereços de cabelo e casacos, porém nada tão glamoroso quanto eu tenho no meu imaginário sobre os anos 1920 (leia-se ‘sobre Gatsby’), pelo contrário, é simples, porém bem trabalhado de acordo com cada personagem, os quais falarei abaixo:




Oola Paulson (Amber Heard): É uma bailarina que eu não consegui informações se realmente existiu, porém do filme todo é a que para mim tem o melhor figurino. Seus vestidos tem mais brilhos, são mais coloridos e mais ‘ousados’ para a época (um deles possui até uma pequena abertura na lateral do tornozelo). Ela é a que mais se assemelha ao estilo glamoroso dos anos 1920 que eu tenho em minha mente.




 Gerda Wegener (Alicia Vikander): Com certeza a minha personagem preferida, ela passa boa parte do filme de robe e roupas de dormir (ela usa uma camisola que parece ser de seda muito linda e que tem grande importância no filme) que são peças delicadas e bem trabalhadas nos detalhes, principalmente os robes. Ela tinha típicas características da melindrosas em seu figurino, com os vestidos que não marcam a cintura e deixam o tornozelo a mostra e os chapéus, além dos cabelos que ficam mais curtos na metade do filme. Além disso, o figurinista teve o brilhante trabalho de recriar as botas típicas dos anos 1920, cano médio com cadarço, bico arredondado e que ela usa em boa parte do filme.




Lili/Einar Wegener (Eddie Redmayne): Quanto ao Einar seu figurino é composto pela famosa calça Oxford, principalmente quando ele começa a ser mais Lili que Einar, na época a peça era vista como um sinal de efeminação pela geração mais velha. Já quando é Lili, o figurino torna-se bem mais delicado, e de certa forma até mais feminino, que o das outras duas personagens sendo composto por vestidos leves, de cores neutras, com detalhes florais e carregado de echarpes e casacos, trazendo os tornozelos a mostra também, porém, ao meu ver, isso é uma forma de homenagear e mostrar o quando Lili/Einar admiravam Gerda (explico mais abaixo).


• Coisas que gostei e não gostei no filme.


Duas coisas que eu gostei bastante em ‘The Danish Girl’: uma figurante que tem apenas uma frase no filme todo que exibe um figurino A la garçonne que é algo bem típico de uma Paris no final de 1926; e o destaque que eles dão para os tornozelos a mostra, como disse acima. Em uma das cenas Einar diz ser isso que chamou sua atenção em Gerda, essa atitude era uma espécie de flerte das mulheres da época e que era um tanto ousado, e isso revela um importante tranço de Gerda: ela era uma mulher de atitude, independente e que havia deixado de lado certos padrões da sociedade e esse traço Paco Delgado conseguiu mostrar bem no personagem dela.


Acho que apenas uma coisa deixou a desejar no quesito figurino, na verdade no quesito maquiagem e cabelo, que foi o cabelo da Alica Vikander (Gerda) que fica bem visível que se trata de uma peruca, passando longe a impressão de cabelo natural.


Ao todo o trabalho de Paco Delgado (que já foi indicado ao premio em 2012 por Les Misérables) foi bem delicado, simples e cuidadoso por recriar roupas que estão nos quadros de Gerda e por conseguir, junto ao diretor do filme, mostrar a importância da roupa na descoberta de Einar (não contarei já que é spoiler).


Espero que tenham gostado e quinta que vem tem mais....

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