Indicados ao Oscar de melhor figurino: Emma (2020, dir. Autumn de Wilde)
E hoje vamos com o post do último filme indicado ao Oscar de melhor figurino, e provavelmente o ganhador, Emma. O filme é uma adaptação do livro de mesmo nome da Jane Austen, e dizem o mais chato dela.
Acho que a não popularização do livro, e um pouco do filme, é porque a personagem principal Emma (interpretada pela Anya Taylor-Joy) não é nada além de uma menina rica e mimada que não tem a pretensão de casar, mas que adora arrumar casamento para os outros e é nisso que gira o livro e o filme. Confesso que, inicialmente até uns 40 minutos não é mesmo um filme muito empolgante, apesar de visualmente bonito, mas depois se torna aquele tipo de romance feito nos detalhes.
Como consumidora de romances (filmes e livros) eu amo ver e ler algo que se desenvolve aos poucos e nos detalhes, a cena do baile é PERFEITA e deixa qualquer fã de Orgulho e Preconceito orgulhoso, toques e olhares que deixam nítido quando o amor nasce e os personagens se dão conta disso. Apesar de eu mesma ter relutado um pouco por ter ouvido muito falar que o livro e filme eram chatos, foi impossível não ter ele como um dos romances de época favorito. Outro ponto positivo que eu gostaria de ressaltar, é que tem muito ator e atriz “em ascensão” na produção.
Quanto ao figurino, apesar de lindo e muito bem trabalhado pela Alexandra Byrne (ela fez o figurino de O Fantasma da Ópera, Elizabeth, Thor e inúmeros filmes da Marvel), eu acho que, para mim, foi muito mais do mesmo. A figurinista é muito conhecida pelo excelente trabalho em filmes de época, ela ganhou um Oscar por Elizabeth, ela faz muita pesquisa, segundo ela é o que mais gosta de fazer, e sempre sai um resultado extraordinário.
Para o figurino dos personagens em geral ela usou muita cor, característica do período em que a obra se passa (1815), todos os vestidos são estilo império (apertado no busto fazendo uma cintura alta marcada, normalmente, por uma faixa de cor diferente a do vestido e caindo frouxamente para baixo) e com os braços nus, além dos casacos seguindo o mesmo estilo e o bolero para os dias mais frios.
Para os homens, o estilo dândi, nascido na época, com coletes, calções, casacas, normalmente cada um de uma cor, também é notável o uso do colarinho alto com as duas pontas projetadas para cima.
Obviamente que o grande destaque do figurino vai para a personagem principal Emma, que a figurinista quis que usasse um tipo certo de roupa e cor para cada dia, época e evento que fosse.
Claro que não deve se destacar o excelente trabalho de pesquisa e produção feita pela Alexandra Byrne (tudo é realmente lindo e dá uma vontade imensa de voltar a esse período só pelas roupas que, aliás, Dior e algumas outras marcas estão fazendo), mas não achei nada exatamente impressionante no sentido de “coisa nova”, mas tudo é muito muito bonito mesmo, espetacular e, provavelmente, será o ganhador do Oscar.
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