Mulheres no cinema: Mary Shelley (2017)
Após um tempo sem muitas ideias para postar no blog me
surgiu uma e resolvi fazer uma coluna mensal sobre figurinos de filmes
dirigidos por mulheres (última terça feira de cada mês). O primeiro deles será
Mary Shelley (2017, dir. Haifaa Al Mansour).
O filme conta a história da ascensão da romancista Mary
Shelley, autora de Frankenstein. Longe de mim dizer se o filme conta exatamente
a história da escritora (eu quase não tenho conhecimento sobre a mesma), mas eu
gostei do filme e de como a diretora apresentou aquela Inglaterra em que viveu
Mary Shelley (começo do século XIX). Além disso, eu gosto do elenco, todos os
atores são muito bons e o filme conta com nomes como Elle Fanning, Joanne Froggatt
e Tom Sturridge.
O figurino fica por conta de Caroline Koener, uma
figurinista de Luxemburgo de, atualmente, 34 anos, que não tem um longo
currículo e que trabalha tanto com figurino de teatro como de cinema.
O período retratado durante o filme é o inicio da carreira
de Mary Shelley, portanto retrata uma época pobre da autora (não tenho
conhecimento que ela chegou a ficar rica depois, mas os retratos que se tem
dela a mostram com vestimentas um pouco mais ornamentadas), sendo assim, a
figurinista soube usar bem a vestimenta de alguém que não tinham muito dinheiro
para gastar com roupas (lembrando que nessa época a maior parte das roupas eram
feitas de forma manual).
A estética da época era a neoclássica, ideias e o movimento artístico
voltaram-se mais uma vez para a Grécia clássica. Portanto a vestimenta
tornou-se mais simples e leve e ganhou rápida ascensão e é possível ver essa
influencia nos vestidos das personagens: elas utilizam o vestidos de cintura
alta, que deixando a cintura natural e sem a necessidade de espartilho
(conhecido como silhueta do Império, já que a Imperatriz Joséphine de
Beauharnais foi responsável pelo sua disseminação na Europa durante o Primeiro
Império de Napoleão), a saia longa e solta. Além disso, talvez pelo frio, as
personagens femininas sempre usam uma jaquetinha curta de lã, em alguns momentos
também há sobretudos.
Exemplo vestido silhueta império |
A vestimenta dos personagens masculinos, os que levam mais
destaque são Lord Byron e Percy Bysshe Shelley, são a do dândi inglês (casaco cortado
alto na cintura para realçar as pernas e o tronco; e os ornamentos no pescoço)
e, no caso de Lord Byron, o banyan (uma espécie de roupão folgado inspirado nos
quimonos japoneses que simbolizava status).
Exemplo de banyan |
Em um geral eu gostei bastante do figurino, acho que a Caroline
Koener foi bem fiel ao estilo da época e fico pensando que ela seria uma ótima
figurinista para outros filmes de época, com certeza faria um belo trabalho.
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