Indicados ao Oscar de melhor figurino: Mank (2020, dir. David Fincher)

Eu vou fazer um breve, super breve mesmo, resumo desse filme, porque eu não gostei. Achei lento, com personagens femininas estereotipadas e um enredo lento e extremamente bagunçado. Resumindo: o filme conta a história do roteirista Herman J. Mankiewicz e a disputa e criação do roteiro de “Cidadão Kane” (a única coisa que eu achei interessante no filme foi o fato de que o roteiro pertence ao pai do diretor do filme, Jack Fincher, que foi feito em 1990 e nunca encontrou uma produtora disposta a levar o filme para frente por ele ser preto e branco).

Dando uma lida em sinopses e críticas na internet a impressão que eu tive é que o filme requer um público bem específico (que não é meu caso) e as inúmeras indicações ao Oscar, na minha opinião, deve-se ao fato de que os críticos e votantes da premiação tem um carinho especial por filmes que narrem a história de Hollywood.

 

Quanto ao figurino, embora estivesse em minhas previsões, eu preciso confessar que minha expectativa estava muito mais alta do que realmente foi, mas deve-se reconhecer o trabalho da figurinista (Trish Summerville), pois fazer um figurino para um filme em preto e branco é desafiador. Nas próprias de Summerville em uma entrevista para a The Hollywood Reporter, fazer um filme em preto e branco é mais desafiador, já que com cores é possível brincar e trabalhar com tom sobre tom e em um filme preto e branco, isso já não acontece.

Basicamente, o figurino do filme ganha destaque nas personagens femininas, principalmente na personagem Marion Davies. Ela é a representação de todo o glamour e luxo hollywoodiano na época e seus figurinos representam justamente isso. Ela sempre está usando vestidos com silhueta rente ao corpo, com quadris estreitos e ombros largos, que era a moda da década de 1930, aliás as outras personagens também utilizam o mesmo estilo de vestido. É possível ver algumas personagens com vestidos que deixavam os braços a mostra, era outra tendência da década.


Mesmo em preto e branco, percebe-se que o vestido do meio é dourado.


 Acredito que a cena chave e de destaque do trabalho de figurista tenha sido a que todos estão em um jantar com o tema circo. A mesma disse que Marion Davies guardou várias fotografias de eventos e jantares que participou e esse jantar estava documentado, então ela quis seguir ao máximo o que cada um vestiu no dia, a única mudança que fez foi a gravata de William Hearst, que no dia usava uma borboleta de bolinhas e a figurinista resolveu mudar.


 

O figurino masculino seguia a moda da época e não mudava muito de personagem para personagem: ternos escuros ou com listras e xadrez, com duplo fechamento e, algumas vezes, chapéu fedora.

Confesso que eu esperava um pouco mais do figurino, mas o trabalho que Summerville teve para destaca-lo em um filme preto e branco foi excelente, além dela ter feito muuuuuuita pesquisa.

Trish Summerville já trabalhou com o diretor em outros filmes, e é conhecida por ter sido a responsável pelo figurino de Jogos Vorazes e também por dois documentários da Christina Aguilera e, na minha opinião, é fácil reconhecer que o trabalho é dela, porque algumas peças usadas em Mank lembram muito os outros trabalhos da figurinista.

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