Sci-fi, fantasia e Super-Heróis: Lovecraft Country (2020)

Normalmente eu só faço post sobre figurino de filmes, mas como essa semana é Halloween (e eu não consegui fazer o post de “Mulheres no Cinema” essa semana) eu resolvi fazer algo diferente (leia especial hahaha), comentar sobre o figurino da série Lovecraft Country.

A série de terror é baseada no livro de Matt Ruff de mesmo nome (Território Lovecraft, em português) e conta a história do veterano de guerra, Atticus, que volta para casa depois que o pai desapareceu e, junto com o tio George e uma antiga amiga, Leti, vai em busca dele.  

 

Muito mais que uma história de terror que lembra muito aqueles livros infanto juvenis do tema (o que é meio nostálgico e faz muito bem), a série traz muito mais: um elenco ótimo; o terror mesclado ao medo e horror de um país segregacionista (a história se passa em 1950 nos EUA); dos 10 episódios  5 são dirigidos por mulheres - Cheryl Dunye, Misha Green (escritora e produtora da série também junto com Jordan Peele e J.J. Abrams), Victoria Mahoney, Helen Shaver e Charlotte Sieling) sendo a maioria delas negras; e, algo para mim que foi o maior destaque, um protagonismo feminino (embora o personagem principal seja o Atticus, as mulheres, para mim, ganharam muito mais destaque e a Leti acabou se tornando a personagem principal).

 

Outro ponto a se destacar é que nenhum dos personagens da série são 100% bons ou 100% maus, todos eles são personagens reais que tomam decisões duvidosas e, as vezes, se tornam até meio chatos e parecem pessoas manipuladoras.

Muita gente achou a série confusa, porque cada episódio contava a história de um personagem, para que no final tudo se encaixasse, porém não me incomodou, na verdade foi um dos pontos positivos da história para mim e eu gostei sim do final que me surpreendeu, não achei q fosse terminar como terminou. A única coisa que eu não gostei é que a história de amor entre a Leti e o Atticus me pareceu meio fraca, eu gostei muuuuuuito mais dos outros casais da história do que desse.

Voltando agora ao tema principal deste blog que é o figurino. Como dito anteriormente, a série se passa no verão década de 1950 nos EUA pós guerra, e os estilo de todos os personagens é bem fiel ao período.

Começando com os personagens masculinos, como era um pós guerra, os homens queriam passar a ideia de “bons cidadãos” e, assim sendo, acabavam todos usando quase as mesmas roupas, não havia na época, e por isso na série também, grande diferença de figurino entre eles: calças estreitas, gravatas (quando aparecia) finas, uma paleta de cores com muito bege, preto, cinza, azul e verde mais escuros e, principalmente no personagem Atticus (talvez por ser mais jovem) cores mais “berrantes” de vez em quando, além dele ter um estilo meio “rebelde” que teve origem na década de 1950.




Quanto as mulheres temos uma certa diferenciação entre elas: a Hippolyta, tia do Atticus e a minha favorita por todo o desenvolvimento que ela teve na série, tem um estilo muito voltado para o Lady Like (vestidos e saias bem femininos), com muita influencia do vestido acinturado americano. É interessante observar que ela usa roupas que caracterizam muito a “dona de casa”.

A irmã da Leti, Ruby, passeia muito entre o estilo um pouco mais conservador, como o dito acima, com o estilo que as mulheres mais jovens dos anos 1950 usavam, então o figurino dela tem muito vestido acinturado, principalmente quando ela vai trabalhar, shorts de cintura alta e regatas.



 A Leti, como a protagonista da história, tem um figurino muuuuuuito “fashionista” e que seria facilmente usados hoje em dia: calças e shorts de barriga de cintura alta, usando com blusas curta (cropped) que deixam um pouco da barriga de fora e, alguns vestidos de cintura marcada.



 

Temos ainda a Christina, a vilã, que abusa de um estilo mais “tom boy”, com calças e blusas que parecem ter sido tiradas do guarda roupa masculina, mas que tem tudo a ver com a personagem que tenta buscar uma aprovação e igualdade de poder perante os homens.


  

É legal também observar o cuidado que tiveram com a maquiagem, seguindo o estilo da época, e com a roupa intima, já que muitas vezes é possível notar as mulheres usando o sutiã cone, que foi uma peça muito popular na década de 1950.


O figurino, que ainda conta com a inspiração da Elza Soares em uma das cenas, é da Dayna Pink que quis revelar muito das personagens através dele.

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